Serviços farmacêuticos e seu cenário no Brasil: fatos e números

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O objetivo final dos serviços farmacêuticos é melhorar as condições de saúde da população.

 

Esses serviços atendem, especialmente, às necessidades sensíveis aos cuidados primários, por isso é importante conhecer o cenário desses problemas no Brasil.

 

Reunimos uma série de fatos e números relevantes sobre o cenário da saúde no Brasil, com ênfase nas doenças crônicas não-transmissíveis. Conhecer esses dados poderá lhe ajudar a planejar e divulgar melhor os benefícios potenciais dos seus serviços farmacêuticos.

 

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Doenças crônicas

 

No Brasil, 31,3% da população acima de 18 anos afirma ter pelo menos uma doença crônica. Este número tem se mantido constante nos últimos anos[1]. A prevalência de doenças crônicas autoreferidas cresce com a idade, chegando a 79% em pessoas com mais de 65 anos, conforme mostra o gráfico abaixo:[2]

 

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem o problema de saúde de maior magnitude relevante e respondem por mais de 70% das causas de mortes no Brasil. Os grupos de doenças crônicas mais importantes são as doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, enfermidades respiratórias crônicas e doenças neuropsiquiátricas. [3]

 

Os fatores de risco mais importantes para essas doenças são: tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo. [4]

 

Tabagismo

 

Todos os anos, R$ 56,9 bilhões são gastos pelo Brasil com despesas médicas e em perda de produtividade provocadas pelo tabagismo. Em contrapartida, o País arrecada anualmente apenas R$ 13 bilhões em impostos sobre a venda de cigarros, ou seja, esse valor cobre apenas 23% dos gastos com os males causados pela epidemia do tabaco.

 

A frequência de brasileiros que fumam, segundo dados de 2016, é de 10,2%. Os homens apresentaram percentual mais elevado de usuários (12,7%) do que as mulheres (8%).  Analisada por faixa etária, a pesquisa mostra que a frequência de fumantes é menor entre os adultos antes dos 25 anos (7,4%), ou após os 65 anos (7,7%) e maior na faixa dos 55 a 64 anos (13,5%).[5]

 

Hipertensão arterial

 

Entre os brasileiros com mais de 18 anos, 21,4% referem diagnóstico de hipertensão. Do total de pessoas com idade entre 60 e 64 anos, 44,4% referiram diagnóstico de hipertensão.

 

Um em cada cinco (18,6%) admitem não ter tomado os medicamentos para hipertensão nas últimas duas semanas. Um em cada três (30,3%) não receberam nenhuma assistência médica nos últimos 12 meses. [6] O controle da hipertensão no Brasil é ruim. Mais de 60% dos pacientes controlam mal a condição e é esperado que apenas 3 ou 4 a cada 10 pacientes tratados estejam com pressão arterial estabilizada abaixo de 140/90 mmHg (que é a meta do tratamento).[7]

 

Diabetes mellitus

 

Em torno de 11,5% dos brasileiros com mais de 18 anos nunca fizeram exame de sangue para medir a glicemia [8]. Diagnóstico: São estimados 13 milhões de adultos com diabetes no Brasil (8,9% da população adulta)[9]. A projeção é que em 2045 o Brasil tenha perto de 20 milhões de pessoas com a doença[10].

 

Em relação ao tratamento, 75% dos diabéticos tipo 2 controlam mal a doença e não atingem a meta terapêutica (Uma hemoglobina glicada abaixo de 7%, por exemplo) [11]. Uma em cada quatro pessoas com diabetes (27%) não recebeu nenhuma assistência médica nos últimos 12 meses. Um em cada cinco (20,%) admitiram não ter utilizado medicamento ou insulina nas últimas duas semanas. [12]

 

Dislipidemias

 

Mais de 18 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais de idade (12,4%) tiveram diagnóstico médico de colesterol alto. A frequência de pessoas que referiram diagnóstico médico de colesterol alto é mais representativa nas faixas de maior idade: 25,9% das pessoas de 60 a 64 anos de idade, e 25,5% das pessoas de 65 a 74 anos de idade e 20,3% para aqueles com 75 anos ou mais. Uma em cada sete pessoas (14,3%) acima de 18anos nunca fez exame de colesterol e triglicerídeos. [13]

 

Sobrepeso e obesidade

 

O excesso de peso atinge 51% dos brasileiros (54% dos homens e 38% das mulheres), sendo que 17,5% dos brasileiros (16% dos homens e 18% das mulheres) são obesos.[14]

 

O mortalidade relacionada à obesidade vem crescendo. Uma análise em 27 países da região realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostra que o excesso de peso e a obesidade são responsáveis por 300 mil mortes por ano nessas nações, comparadas às 166 mil pessoas mortas por assassinatos. Em 2015, no Brasil, foram registrados 62.818 homicídios, enquanto 116.976 pessoas morreram devido às doenças causadas pela obesidade.

 

Adesão ao tratamento

 

Em pessoas com mais de 40 anos, usando medicamentos contínuos, a taxa de não adesão completa aos medicamentos é de 63%. As principais causas são descontinuidade de acesso, falta de acompanhamento profissional e ter que usar medicamentos muitas vezes ao dia.[15]

 

O uso de vários medicamentos simultaneamente tende a continuar crescendo devido à longevidade e às doenças crônicas. Um em cada 3 idosos usa 5 ou mais medicamentos de uso contínuo. Oito em cada 10, ou 82%, das pessoas que tomam mais do que 5 medicamentos contínuos tem problemas de adesão. Os principais problemas são omissão de doses (54% dos pacientes), descontinuação indevida (34%) e frequência ou horário de uso incorretos (33%). 

 

Entre pacientes utilizando 5 ou mais medicamentos, 82% apresentam algum problema ou falha ligada ao uso. Fonte: Ministério da Saúde, 2015.

 

Vacinação

 

Apesar dos problemas recentes, o programa nacional de imunização (PNI) continua sendo considerado um exemplo mundial, atingindo altas taxas de cobertura vacinal na infância. A partir dos 10 anos de idade, porém, a cobertura cai drasticamente.

 

Pessoas de 20 a 59 anos deveriam tomar 12 vacinas diferentes. Pesquisa mostrou, no entanto, que 6 em cada 10 adultos (64%) não estão com a vacinação em dia. Entre os entrevistados, 58% afirmaram que se vacinaram contra gripe, seguido de 41% que se imunizou contra Febre Amarela e 27% contra Hepatite B. Outras doenças tiveram pouca adesão vacinal, como Sarampo, Caxumba e Rubéola (10%), Meningite C (7%), Meningite B (7%), Meningite ACWY (6%).

 

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Autocuidado

 

Autocuidado são todos os cuidados que uma pessoa tem consigo mesmo, incluindo higiene, boa alimentação, cuidados com o corpo e uso de medicamentos. Autocuidado é diferente de automedicação, pois significa ter limites e tratar apenas daqueles problemas menores, com medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs).

 

Muitas pessoas fazem mal uso de medicamentos por conta própria, podendo mascarar sintomas de doenças graves ou se expor a riscos de efeitos colaterais ou interações com outros medicamentos.

 

A farmácia é um ponto de referência das pessoas para o autocuidado com medicamentos, de forma segura. Isso já é parte da cultura do brasileiro, e os serviços farmacêuticos vieram para somar ainda mais na saúde da população. Quando as pessoas adquirem MIPs, 69% procuram diretamente pelo farmacêutico na farmácia, pedindo que ele recomende um medicamento[18]. Levantamento de 2014 mostrou que, somente na redes associadas à Abrafarma, são 4 milhões de atendimentos dessa natureza por mês, chegando a 52 milhões ao ano[19].

 

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Referências


[1] Um Panorama da saúde no Brasil : acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde: 2008 / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. – Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

 

[2] Um Panorama da saúde no Brasil : acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde: 2008 / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. – Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

 

[3] Pesquisa Nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. IBGE, 2014.

 

[4] Pesquisa Nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. IBGE, 2014.

 

[5] No Dia Mundial Sem Tabaco, pesquisa revela que gastos com o tabagismo somam quase 57 bilhões de reais por ano. Link

 

[6] Pesquisa Nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. IBGE, 2014.

 

[7] Hypertension control in brazilian publications. Arq Bras Cardiol [Internet]. 2013; 101(3):e65–73.

 

[8] Pesquisa Nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. IBGE, 2014.

 

[9] Brasil, & Ministério da Saúde. (2017). Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico.

 

[10] International Diabetes Federation. (2017). IDF Diabetes Atlas 2017 (Eighth edi). London: International Diabetes Federation.

 

[11] Diabetes: controle ainda é baixo no Brasil. Radis Comunicação em Saúde, [S.l.], v. 59, p. 11 jul., 2007.

 

[12] Pesquisa Nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. IBGE, 2014.

 

[13] Pesquisa Nacional de saúde 2013. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. IBGE, 2014.

 

[14] Ministério da Saúde. Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2012. Ministério da Saúde; 2013.

 

[15] Não adesão ao tratamento medicamentoso contínuo: prevalência e determinantes em adultos de 40 anos e mais. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 30, n. 1, p. 126-136, Jan.  2014.

 

[16] Ministério da Saúde. Caderno 4. Resultados do projeto de implantação do cuidado farmacêutico no Município de Curitiba. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 100 p.

 

[17] Mais de 60% dos adultos não estão com a vacinação em dia: https://panoramafarmaceutico.com.br/2017/12/08/pesquisa-aponta-que-64-dos-adultos-nao-estao-com-vacinacao-em-dia/

 

[18] IBOPE – Interfarma. Percepções sobre Medicamentos, 2014.

 

[19] Serviços farmacêuticos nas  redes  de  farmácias  e  drogarias  associadas  à  ABRAFARMA. Julho de 2014.

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