Estreptococos Grupo A: teste rápido para infecção de garganta

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A infecção de garganta por Streptococcus do Grupo A é uma infecção bacteriana. Trata-se de uma doença febril aguda e sistêmica, muito comum, que afeta principalmente crianças, jovens e adultos. Os sintomas incluem dor de garganta, dificuldade para engolir, febre e lifadenopatia cervical.

Transmissão da infecção de garganta

A transmissão deste tipo de infecção estreptocócica acontece de forma direta (pessoa a pessoa), através de gotículas contaminadas da saliva, de contato com a pele (destaque para mãos) não higienizadas ou de contato direto com tecidos lesionados. Portanto, essas são as medidas mais efetivas de prevenir a transmissão.

Ambientes com aglomerações, como dormitórios coletivos, transportes públicos sem adequada circulação de ar e creches, favorecem a propagação da infecção.

Portadores de estreptococos do grupo A, que não apresentam quadro ativo de doença, apresentam menor transmissibilidade. Infectados sintomáticos só deixam de transmitir os micro-organismos somente após antibioticoterapia por ao menos 24 horas.

Agente etiológico da infecção de garganta

A infecção de garganta é causada por Streptococcus pyogenes do grupo A. São cocos gram-positivas pertencentes a família Streptococcaceae e ao gênero Streptococcus. Trata-se de bactérias β-hemolíticas, anaeróbicas facultativas, não produtoras de catalase e de citocromo-oxidase. Comumente compõem a microbiota natural da pele e da garganta. Outros agentes etiológicos também podem causar infecção de garganta.

A classificação em grupos, é oriunda da aglutinação com diferentes soros específicos contra antígenos de Lancefield (podendo variar dos grupos A ao G). A principal espécie de importância clínica pertencentes ao Grupo A é o S. pyogenes.

Período de incubação

O período de incubação entre a contaminação e a manifestação sintomática varia de 24 a 72 horas e pode chegar a 2 semanas.

Período de transmissão da infecção de garganta

Uma vez infectado, o ser humano pode transmitir a bactéria desde o momento da infecção até as primeiras 24 horas que inicia tratamento medicamentoso pautado na administração de antibiótico específico.

Suscetibilidade e imunidade para infecção de garganta

A suscetibilidade à bactéria é universal. Entretanto, crianças apresentam maior suscetibilidade, uma vez que são mais expostas ao risco de infecção pelos próprios hábitos da faixa etária, como levar mãos à boca.

O ser humano infectado por estreptococos do Grupo A apresenta resposta imune celular capaz de desencadear resposta humoral, através da formação de imunocomplexos que ativam o sistema complemento. Resposta imunológica do tipo autoimune (descrita como mimetismo antigênico) também pode ocorrer, a exemplo do quadro de Febre reumática, também passível de ocorrer como complicação decorrente da infecção por S. pyogenes.

Imunoglobulinas IgM surgem na fase aguda e revelam exposição recente ao agente. Desde o momento da infecção até o início do tratamento este marcador continua detectável.

A detecção do IgG se inicia algum tempo depois, quando as metodologias analíticas já não são mais sensíveis o bastante para detectar a presença de IgM, revelando um contato prévio anterior com a bactéria.

O antígeno estreptocócico pode ser identificado durante a apresentação sintomática e perdura circulante até a efetiva ação da antibioticoterapia.  Portanto, trata-se do exame mais indicado para identificar a infecção.

Manifestações clínicas de infecção de garganta

As manifestações clínicas decorrentes de infecções faríngeas por estreptococos do grupo A variam de acordo com a espécie do agente infectante e a condição imunológica do paciente infectado.

Geralmente, a sintomatologia associada compreende efeitos locais da via de entrada do patógeno. Formas comuns e brandas da infecção podem culminar em quadros de faringite estreptocócicas condizentes com queixas de dores de garganta, dificuldade para deglutir, febre e linfadenopatias. No caso de infecções onde o micro-organismo alcança a corrente sanguínea (septicemias), que correspondem a forma grave da doença, a sintomatologia apresentada varia conforme a resposta sistêmica individual e pode atingir diferentes órgãos e sistemas de acordo com o quadro clínico e demais condições do paciente, tais como imunossupressão (comum em pacientes em quimioterapia, uso de corticosteroides ou ainda, transplantados) e presença de comorbidades e doenças adjacentes.

Respostas inflamatórias secundárias, a exemplo da glomerulonefrite pós-estreptocócica, podem ser decorrentes da formação de imunocomplexos e figuram como complicações decorrente de infecções por S. pyogenes, que requerem intervenção médica e tratamento imediato.

Prevenção da infecção de garganta

Não há profilaxia vacinal direta contra a infecção de garganta, sendo a conscientização dos meios e riscos de contaminação a forma mais eficaz de fazer com que o indivíduo cuide de sua higiene visando a redução de infecções desta natureza.

A educação em saúde é um elemento fundamental para prevenir infecções.

Diagnóstico da infecção de garganta

O diagnóstico clínico resulta da anamnese e da análise do histórico clínico do paciente.

O diagnóstico laboratorial é realizado através da cultura de amostra de secreção de garganta, de modo que se possa identificar a espécie do agente etiológico. Antibiograma pode ser necessário como exame complementar para adequada seleção da antibioticoterapia.

Papel do Teste Rápido

teste rápido para infecção de garganta utiliza amostra de secreção orofaríngea, obtida das amígdalas do paciente. O resultado reagente confirma a presença do Estreptococos Grupo A na amostra, reforçando possível diagnóstico.

Portanto, o teste é uma ferramenta importante para investigação diferencial e confirmação da necessidade de tratamento com antibiótico.

Secreção orofaríngea com swab de garganta para teste rápido de streptococcus
Coleta de amostra com swab de garganta para teste de Estreptococos Grupo A.

Testes rápidos que se utilizam de metodologias imunoenzimáticas de fluorescência podem ser aplicados. Com o resultado reagente ou não reagente, os sinais e sintomas apresentados pelo paciente podem ser analisados.

Tratamento da infecção de garganta e orientações

O tratamento de escolha para infecções causadas por estreptococos do grupo A é antibioticoterapia com penicilina benzatina. Aplicações via intramuscular para crianças de até 10 anos consistem com apresentação injetável em concentração de 50.000 unidades/Kg em dose única e, para pacientes acima de 10 anos, utilizam-se concentrações de 1,2 a 2,4 milhões unidades/dia.

Dependendo da gravidade do caso, o prescritor pode adotar conduta terapêutica específica administrando penicilina cristalina por via intravenosa, em posologia que varia de acordo com características do paciente e o respectivo quadro desenvolvido.

De modo geral, tratamentos realizados por via oral são preferidos, uma vez que se percebe melhor aceitação. Contudo, é de extrema relevância que o profissional da saúde esclareça a importância de continuidade do tratamento, mesmo que o paciente tenha percepção de melhora e alívio dos sintomas. A compreensão e o comprometimento do indivíduo em tratamento são elementos básicos para a adesão à terapia, reduzindo assim o risco de resistência ao antimicrobiano. Este tipo de tratamento pode durar até 10 dias e as drogas mais comumente prescritas são penicilina V (fenoximetilpenicilina) ou amoxicilina, em doses que variam de acordo com a posologia estabelecida pelo profissional prescritor.

Alternativas ao tratamento com penicilina

Para pacientes com sensibilidade à penicilina, a droga de escolha é eritromicina, em dose e posologia definidas de acordo com sexo, idade e condição clínica geral do paciente.

Pode ser feita também a associação com macrolídeos, como azitromicina, claritromicina ou clindamicina, de acordo com o quadro e outras características apresentadas pelo indivíduo infectado.

Nos casos graves é necessário início imediato de antibioticoterapia adequada, pois para reverter a evolução do quadro é preciso combater a infecção rapidamente.

Medicamentos isentos de prescrição

A administração de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) também pode ser indicada, sendo uma forma de tratamento adjunto, tendo paracetamol, aspirina, naproxeno e ibuprofeno como possibilidades. A Aspirina, contudo, tem restrição de uso no caso de pacientes infantis devido ao risco de desenvolvimento de Síndrome de Reye.

Em casos de infecções (como amigdalites) recorrentes, pode-se optar pelo tratamento cirúrgico (tonsilectomia).

Dentre os produtos para saúde, tem-se pastilhas e sprays ricas em compostos naturais que permitem analgesia e alívio de incômodos locais da garganta. Além disso, existem alimentos para fins especiais no caso de pacientes com dificuldade de deglutição, além de orientações que reforcem a importância do repouso e da hidratação.

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