Miguel Prudêncio, investigador principal do Instituto de Medicina Molecular (iMM) assegura que é algo impossível de acontecer, tanto no caso dos testes PCR como no caso dos testes rápidos de antigénio, e explica porquê.
Poderá já ter ouvido esta ideia, em conversa, da boca de amigos ou até de farmacêuticos: depois da vacinação pode ter um falso positivo. No entanto, apesar de ser comum, não há razão para acreditar nela.
“A ideia que a vacina possa levar a falsos positivos não tem sustentação”, assegura o investigador principal do iMM Miguel Prudêncio.
A confusão pode ter surgido devido à junção de dois fatores: por um lado, as vacinas existentes e aprovadas na Europa administram informação genética que permite ao nosso corpo fabricar a proteína spike do novo coronavírus, por outro, para darem resultado positivo, os testes de PCR precisam precisamente de detetar a presença de informação genética do vírus e os testes de antigénio a presença da proteína spike.
“Poder-se-ia pensar que, se estamos a administrar material genético para fabricar a proteína spike e se o teste PCR deteta material genético e o teste de antigénio deteta a proteína spike, então a vacina poderia dar falsos positivos, mas não”, diz Miguel Prudêncio.
É importante perceber como funcionam tanto as vacinas como os testes para que se torne claro por que razão as primeiras não podem espoletar falsos positivos nos segundos.
Testes PCR
“O genoma do vírus tem vários genes e nós, na vacina, colocamos informação do gene da proteína spike, para que o corpo consiga fabricá-la”, começa Prudêncio.
E continua, “na maioria dos testes PCR, a sequência do genoma que é usada para detetar a presença do vírus não é a da proteína spike, mas uma diferente”.
Além disso, Miguel Prudêncio relembra que, “quando administramos a vacina com as instruções para fabricar a proteína spike”, ela é fabricada nas nossas células, “a maioria é sintetizada nos nódulos linfáticos e uma quantidade ínfima estará em circulação no sangue”, mas as amostras dos testes PCR são recolhidas na naso-faringe e não na corrente sanguínea.
Assim, mesmo os testes PCR que usam a sequência genética da proteína spike como forma de detetar o vírus, não podem ter os resultados influenciados pela vacina, pelo simples facto que a amostra não é recolhida no mesmo local onde a resposta imunitária é produzida.
Testes Antigénio
O funcionamento dos testes rápidos de antigénio baseia-se na identificação de um antigénio (a proteína spike do vírus) como forma de detetar se ele está presente ou não no nosso corpo.
“Acontece que também os testes antigénios não recolhem amostras no sangue, mas no nariz ou na garganta. Aquilo que estamos a recolher é material que está presente na naso-faringe e não em circulação no sangue”, explica Miguel Prudêncio.
Conclusão
FALSO. Em nenhum dos casos um resultado positivo é sinónimo de algo “mascarado” pelas vacinas. No caso do teste PCR, “na maioria das vezes o alvo nem é a proteína spike” e, quando tal acontece, a amostra é recolhida na naso-faringe e não no sangue, logo, não há interferência.
No caso dos testes de antigénio, “o antigénio procurado (proteína spike), quando é produzido pelas vacinas, não só está em circulação no sangue em quantidades ínfimas, dificilmente detetáveis até por tecnologias muito apuradas, como não se encontra no local onde se recolhe a amostra do teste, que é a naso-faringe”.
E quanto ao teste rápido de anticorpos, poderia gerar um falso positivo para o IGM?
Seria interessante revisar a tradução para uma correta postagem e nominação dos elementos aqui relacionados.
BOM DIA! E QUANTO AOS TESTES DE ANTICORPOS IGM/IGG PODEM APRESENTAR RESULTADOS FALSOS POSITIVOS? COMO DEVEREMOS PROCEDER AO INTERPRETAR OS RESULTADOS?
Boa tarde! Os testes de IgG e IgM podem ter resultado positivo se pessoa já recebeu alguma dose da vacina contra a COVID-19 porque a vacina induz resposta imunológica. Dessa meneira, é possível que a pessoa vacinada teste positivo em testes sorológicos porque tem presença de anticorpos contra o vírus. No entanto, não se deve interpretar o resultado positivo como infecção ativa. Para esse propósito, os testes de antígenos são recomendados.
E no caso do teste rápido de sangue? Existe alguma influência da vacina sobre esses testes?
Boa tarde! Os testes de IgG e IgM podem ter resultado positivo se pessoa já recebeu alguma dose da vacina contra a COVID-19 porque a vacina induz resposta imunológica. Dessa meneira, é possível que a pessoa vacinada teste positivo em testes sorológicos porque tem presença de anticorpos contra o vírus. No entanto, não se deve interpretar o resultado positivo como infecção ativa. Para esse propósito, os testes de antígenos são recomendados.
Quando feito o Anticorpos, é provável que dê um falso positivo? Ou parte do mesmo principio que é insuficiente para ser detectado.
Boa tarde! Os testes de IgG e IgM podem ter resultado positivo se pessoa já recebeu alguma dose da vacina contra a COVID-19 porque a vacina induz resposta imunológica. Dessa meneira, é possível que a pessoa vacinada teste positivo em testes sorológicos porque tem presença de anticorpos contra o vírus. No entanto, não se deve interpretar o resultado positivo como infecção ativa. Para esse propósito, os testes de antígenos são recomendados.