Influenza: teste rápido para detecção do vírus da gripe

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A influenza é uma infecção viral. Trata-se de uma doença respiratória aguda, altamente transmissível e autolimitada, popularmente conhecida como gripe.

O teste de influenza pode ser usado como um critério diferencial na identificação de pessoas que apresentam sintomas de gripe e não estão com coronavírus. Por isso este artigo é relevante para sua leitura durante a epidemia.

O teste rápido de influenza pode auxiliar na detecção de infecção pelo vírus da gripe, ajudando o profissional da saúde a diferenciar casos e orientar adequadamente o paciente.

Transmissão

A transmissão direta do vírus acontece diretamente através de gotículas de saliva produzidas por indivíduos infectados, ao tossir, espirrar ou falar, e que podem se dispersar no ar ambiente por até 1 metro. A transmissão indireta pode ocorrer por meio do contato com secreções de pacientes contaminados, sendo a mão o principal veículo transmissor.

Agente etiológico

A influenza é causada pelo vírus influenza que é um RNA-vírus, pertencente à família Ortomixiviridae, antigenicamente dividido entre os tipos A, B e C. O vírus tipo A está mais associado a casos de pandemias e o tipo B a epidemias mais localizadas. O tipo C está associado a quadros mais leves e subclínicos.

Período de incubação

O período de incubação no ser humano pode variar de 1 a 4 dias.

Período de transmissibilidade

O período de transmissibilidade varia de acordo com a faixa etária e imunocompetência do indivíduo. Adultos hígidos podem transmitir o vírus entre 24 a 48h antes do aparecimento dos sintomas, mesmo com carga viral mais baixa que no período sintomático.

No período sintomático, o pico de excreção viral acontece entre 24 e 72h do início do quadro clínico, deixando o vírus de ser detectáveis após o 5º dia. As crianças são capazes de excretar o vírus em tempos menores após a infecção, com maiores cargas virais e por períodos mais extensos quando comparadas aos adultos. No caso de indivíduos imunologicamente comprometidos, a transmissibilidade do vírus pode durar semanas ou meses.

Suscetibilidade e imunidade

A suscetibilidade ao vírus é universal e a imunidade adquirida, por infecção natural ou vacinação, é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga) e pouca ou nenhuma para os outros sorotipos (imunidade cruzada / heteróloga).

Infecções recentes e agudas são evidenciadas a partir da detecção de anticorpos IgM, que surgem em decorrência da presença antigênica no organismo acometido e perdurando até a produção de IgG, que representa resposta imunológica cicatricial. Infecções por Influenza, contudo, não apresentam memória imunológica duradoura, uma vez que se trata de uma espécie antigênica altamente mutável.

Complicações graves podem ocorrer em indivíduos pertencentes aos extremos etários, como os idosos e crianças menores de 2 anos, o que pode determinar elevados níveis de morbimortalidade.

Manifestações clínicas

As manifestações clínicas da influenza apresentam início abrupto e são sistêmicas e inespecíficas e de caráter autolimitado, com resolução espontânea em até 7 dias. São elas: febre (em geral, acima de 38ºC e com duração média de até 3 dias), tosse seca (podendo estar associada a incômodos na garganta), mialgia (do muscular), cefaleia (dor de cabeça), prostração e fadiga.

A doença pode evoluir para formas mais graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a Síndrome Gripal (SG), que é mais frequente em crianças abaixo de 2 anos de idade e se caracteriza pela ocorrência de febre súbita acompanhada de manifestações respiratórias (coriza, tosse, congestão nasal).

Os principais grupos de risco incluem crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60, gestantes ou imunodeprimidos, podendo, nestes casos, evoluir para a forma grave.

Prevenção

A vacina é o método de prevenção mais eficaz, indicado especialmente para os grupos de risco. A vacinação contra gripe é recomendada anualmente a todas as faixas etárias, podendo ser encontrada no setor público, com restrições, ou no setor privado, em farmácias que oferecem este serviço à população.

Hábitos de higiene (como a lavagem adequada das mãos) são uma importante forma de prevenção, uma vez que evita a contaminação de objetos e materiais que entram em contato com o paciente infectado, além de proteger indivíduos saudáveis de se contaminarem.

Diagnóstico

O diagnóstico clínico resulta da anamnese e da investigação clínico-epidemiológica.

O diagnóstico laboratorial se utiliza de secreção da nasofaringe (SNF) como amostra preferencial, analisada através de reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa em tempo real (RT-PCR) ou, alternativamente, através de imunofluorescência indireta (IFI).

O período mais adequado para coleta amostral é do 3º ao 7º dia após o surgimento dos sintomas, exceto em casos de complicações graves, que requerem hospitalização do paciente, nos quis a coleta deve ser feita imediatamente independentemente do dia.

A realização de teste rápido com swab nasal para detecção de reatividade ou não para o vírus Influenza é uma ferramenta que conduz a encaminhamento e orientações mais assertivos e prudentes. Uma das metodologias empregadas é o ensaio imunoenzimático de fluorescência, que apresenta alta sensibilidade e especificidade e é similar a metodologia empregada por laboratórios tradicionais.

A facilidade de acesso ao estabelecimento, coleta de amostra, curto tempo para emissão do resultado (leitura do resultado em até no máximo 20 minutos) e a alta confiabilidade, faz do teste rápido uma opção altamente vantajosa para o indivíduo que busca atendimento em saúde de qualidade e segurança.

Tratamento e orientações

O tratamento medicamentoso mais empregado consiste na administração via oral do Fosfato de Osetalmivir (Tamiflu®) em doses que variam de 30 a 75mg, de acordo com as condições e características do paciente, a cada 12 h, por 5 dias.

O Zanamivir 5mg (Relenza®) também pode ser utilizado. Ele é administrado por via inalatória a cada 12h, por 5 dias, e é indicado para pacientes com risco elevado de complicações, sendo o início da terapia recomendado em até 48h após o aparecimento dos sintomas.

Analgésicos e antipiréticos estão entre os medicamentos que não necessitam de prescrição médica e que podem ser prescritos pelo farmacêutico para o manejo sintomático.

O manejo da infecção em pacientes pertencentes aos grupos de risco para a doença, como crianças, gestantes, idosos, portadores de doenças pulmonares crônicas (incluindo asma) ou doença cardíaca, diabetes mellitus, doença renal, doença hepática, doenças neurológicas crônicas, pacientes imunodeprimidos e profissionais da área da saúde, no entanto, deve ser cauteloso, uma vez que podem existir complicações graves passíveis de levar o indivíduo a óbito.

O tratamento não farmacológico é centrado na ingestão de água, a fim de evitar desidratação, e no repouso até alívio dos sintomas.

As orientações gerais de cuidado e prevenção são: realizar adequada higienização das mãos, evitar a manipulação de objetos contaminados, evitar ambientes fechado ou sem circulação de ar, evitar o contato com pessoas sabida ou potencialmente infectadas e reforçar a ingestão de líquidos, a fim de fluidificar secreções e evitar desidratação.

O alívio dos sintomas pode ser feito através do uso de medicamentos isentos de prescrição, como analgésicos e antipiréticos (ex.: paracetamol, diripona), recomendação de repouso, hidratação e alimentação balanceada, que evitam maiores desconfortos e incômodos.

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