Vírus Sincicial Respiratório (VSR): teste rápido para rastreamento e detecção precoce

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É uma infecção respiratória febril, aguda e sistêmica. O VSR é um vírus responsável pela maioria dos casos de infecções do trato respiratório inferior em bebês.

Transmissão do VSR

A transmissão do vírus sincicial respiratório (VSR) acontece através do contato direto de secreções respiratórias de pessoas infectadas com mucosas da boca, nariz ou olhos, da inalação de gotículas provenientes de tosse ou espirro de paciente infectado ou do contato com objetos e superfícies contaminados com vírus ou com secreções de pacientes contaminados.

Com caráter sazonal, a transmissão da infecção é predominante no inverno e início da primavera, podendo perdurar por até 6 meses a depender das características de cada região. Para os países do hemisfério sul, a sazonalidade do VSR compreende, em geral, o período que vai de maio até setembro.

Agente etiológico

O VSR é um RNA-vírus e pertencente à família Paramyxoviridae e ao gênero Pneumovirus. Outros agentes etiológicos também podem causar infecções respiratórias.

Período de incubação do VSR

O período de incubação do vírus no ser humano varia de 4 a 5 dias. O período de replicação viral na região nasofaríngea e o período de excreção viral variam de 2 a 8 dias ou até melhora do quadro clínico.

Período de transmissibilidade do VSR

O período de transmissibilidade em geral se inicia 2 dias antes do surgimento dos sintomas e termina somente quando a infecção está controlada, com o início do tratamento medicamentoso. Em pacientes recém-natos, lactentes jovens e imunocomprometidos, a transmissão viral pode perdurar por até 4 semanas.

Suscetibilidade e imunidade

A suscetibilidade ao vírus é universal e a imunidade é permanente. Entretanto, grupos de maior risco para a infecção e com maior morbimortalidade compreendem prematuros, portadores de cardiopatias e de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) decorrentes do nascimento prematuro.

Lactentes jovens que adquiriram anticorpos neutralizantes em títulos elevados, oriundos passivamente durante a vida intrauterina, apresentam menor risco de internamento e hospitalização.

Linfócitos T citotóxicos são fundamentais para o controle efetivo do processo infeccioso, bem como da eliminação do agente infeccioso. Falhas no sistema imune levam a quadros potencialmente mais complexos e graves da doença, comprometendo não apenas a melhora do quadro do paciente acometido, mas, também, a segurança dos contactantes.

A infecção primária (aguda) pelo VSR induz resposta mediada por IgM em 5 a 10 dias, variando de acordo com a idade e condição imunológica do paciente. A detecção de IgG inicia, em geral, 20a 30 dias após o surgimento dos sintomas. Após 1 ano da primo infecção, anticorpos específicos IgG VSR atingem baixos títulos, porém, em casos de reinfecção, o rápido aumento dos títulos possibilita detecção entre 5 e 7 dias após o reconhecimento do antígeno.

Manifestações clínicas do VSR

As manifestações clínicas decorrentes da infecção pelo vírus sincicial respiratório compreendem sintomatologia específica condizente com alterações do quadro respiratório do paciente. A gravidade do quadro varia de acordo com a idade do paciente, com história de contato prévio com o vírus e com a associação com outras comorbidades.

Sintomas

A percepção de alteração da funcionalidade do trato respiratório inferior de 2 a 4 dias após a infecção pode ser evidenciada através de taquipneia, tosse, sibilo, aumento do esforço respiratório ou mesmo expiração prolongada.

Bronquiolite e pneumonias são as principais formas de complicação, podendo originar quadros moderados que também podem incluir retrações intercostais, alimentação inadequada, hipoxemia e desidratação.

Em casos graves, pode ocorrer hipóxia e insuficiência respiratória. No caso de pacientes neonatos, apneia e sepse são ocorrências graves e potencialmente fatais.

A doença causada pelo VSR pode ter grande impacto na saúde das crianças em fase de desenvolvimento em curto e longo prazo. A ocorrência de formas graves da doença, em geral, está associada ao acometimento de vias aéreas inferiores (manifestações clínicas).

Diagnóstico do VSR

O diagnóstico clínico de doenças causadas pelo VSR deve ser feito com base em anamnese completa, acompanhada da análise do histórico clínico do paciente potencialmente infectado.

O diagnóstico laboratorial específico para o VSR é realizado a partir de coleta amostral de aspirado de nasofaringe através dos seguintes métodos:

Isolamento viral em cultura tecidual

Permite a caracterização antigênica e a definição do perfil de suscetibilidade aos antivirais. Tem com desvantagens demora na emissão do laudo, alto custo, técnica difícil e restrição a laboratórios especializados de referência.

Detecção de antígenos virais

Baseada na identificação de fragmentos antigênicos por meio de imunofluorescência direta ou indireta é a principal técnica empregada na realização dos testes rápidos de detecção antigênica, que são de fácil e rápida execução e que permitem a emissão de resultados em até 10 minutos, possibilitando o início imediato de intervenções.

Biologia molecular

Utiliza a reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa (PCR-TR) em tempo real. É um método altamente sensível e capaz de detectar diversas formas virais em um mesmo teste, utilizado como método de escolha em diferentes cenários clínicos.

Testes sorológicos

Apesar de importantes para estudos epidemiológicos de soroprevalência, não são usualmente empregados para a tomada de decisões clínicas e orientação ao paciente, pois requerem presença de elevados títulos de anticorpos contra o vírus na amostra, o que geralmente não acontece na fase crítica inicial.

Testes rápidos

Os testes rápidos também podem ser utilizados. A facilidade de acesso ao estabelecimento, coleta de amostra, curto tempo para emissão do resultado (até 15 minutos) e a alta confiabilidade fazem do teste rápido uma opção altamente vantajosa para o indivíduo que busca atendimento em saúde de qualidade e segurança.

Tratamento e orientações

Não há tratamento específico e a doença apresenta cura espontânea em 15 dias. Quando necessário, o manejo do quadro se baseia no alívio dos sintomas. Como forma de terapia adjuvante, pode-se administrar broncodilatadores, nebulização com solução salina hipertônica, ribavarina, antibióticos, corticosteroides e aplicação intravenosa de imunoglobulinas anti-SRV.

Medidas de suporte envolvendo a adequação de ambientes (evitando aglomerações e favorecendo o fluxo e circulação de ar), educação para hábitos sanitários (lavagem de mãos antes e depois do contato com qualquer região de mucosa e/ou lesão tecidual) e conscientização dos diferentes grupos de risco são sempre indicadas.

Prevenção

A profilaxia existente é baseada na administração de anticorpo monoclonal específico (Palivizumabe), para prevenir a ocorrência de formas graves da doença, sendo recomendada em diferentes esquemas terapêuticos.

A educação e conscientização de hábitos sanitários adequados são elementos fundamentais para que a disseminação do vírus sincicial respiratório seja controlada.

 

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