Linhas de cuidado: plano de tratamento para pacientes crônicos na farmácia

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As linhas de cuidado padronizam a organização do atendimento no sistema de saúde e descrevem a trajetória que o paciente deve percorrer.

Segundo dados divulgados em novembro de 2020 pela Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais da metade da população adulta (em torno de 52%) foi acometida por pelo menos uma doença crônica durante esse ano, dentre elas: diabetes, asma e pressão alta.

O farmacêutico tem muitas oportunidades para contribuir com a saúde pública e, para ter excelência em seu atendimento, pode contar com a Clinicarx para registrar todos os resultados e o progresso  de seus pacientes.

O que são linhas de cuidado 

As linhas de cuidado padronizam a organização do atendimento no sistema de saúde e descrevem a trajetória que o paciente deve percorrer, integrando ações e serviços desde a Atenção Primária até os serviços especializados. São como um “continuum” assistencial, como um caminho que o paciente faz dentro das redes organizadas de saúde

Esse percurso assistencial pode ser definido por órgãos públicos de saúde, como o Sistema Único de Saúde (SUS), Ministério de Saúde e instituições médicas responsáveis, como Sociedade Brasileira de Cardiologia ou Diabetes. As linhas de cuidado são regidas por diretrizes de acordo com cada condição clínica e plano estabelecido

Diferentes pontos de atenção de uma rede (nível primário, secundário e terciário) e seus sistemas de apoio podem desenvolver essas ações de acordo com seu campo de atuação. As linhas de cuidado tem como finalidade definir os fluxos assistenciais seguros para o paciente. 

Cada serviço deve operar centrado nas necessidades dos pacientes. Os projetos ou planos terapêuticos partem do problema de saúde a ser resolvido ou tratado, que são um conjunto de intervenções e assistências. 

As redes de saúde devem trabalhar de forma complementar nas linhas de cuidado respectivas a cada condição, por exemplo, desde as unidades ou pontos de atendimento à saúde primários até os encaminhamentos oportunos e consultas médicas.

Quais são as condições clínicas crônicas 

As condições crônicas são problemas de saúde que afetam o paciente de forma mais prolongada que as condições agudas. São aquelas condições que permanecem por um longo período ou durante toda a vida do paciente e que demandam atenção e tratamento contínuos, de forma integrada e multidisciplinar. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas são dividas entre cardiovasculares, respiratórias, diabetes, alguns tipos de câncer e outras com diversos fatores de risco:

  • Asma;
  • Diabetes;
  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica;
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Hipertensão Arterial;
  • Câncer;
  • Obesidade.

Para cada condição crônica, existem diretrizes específicas determinadas pelos órgãos de saúde, que devem ser seguidas pelos profissionais junto às linhas de cuidado com foco no bem-estar do paciente. 

Ações do farmacêutico com o paciente crônico na farmácia

Enquanto ponto de atenção à saúde primária da população, na farmácia é possível realizar o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes que já fazem o tratamento médico. Além disso, com o conhecimento técnico deste profissional, oferecer orientações envolvendo mudanças nos hábitos de vida que afetam positivamente o quadro clínico são fundamentais.

Através dos Serviços Farmacêuticos, de acordo com as linhas de cuidados estabelecidas, o profissional farmacêutico atende e acompanha de maneira sistêmica, integrada e humanizada os pacientes portadores de doenças crônicas, tais como a diabetes, hipertensão e dislipidemias. 

Como montar um plano de tratamento para pacientes crônicos

Existem diversas ações que o farmacêutico pode realizar na farmácia para auxiliar no tratamento de doenças crônicas, seguindo diretrizes e linhas de cuidados específicas para cada caso, no âmbito da atuação farmacêutica. 

Aqui, vamos abordar quais procedimentos e exames você, farmacêutico, pode realizar na farmácia a fim de traçar um plano de tratamento para pacientes crônicos com base nos indicadores de saúde.

Diabetes Mellitus

No caso do Diabetes mellitus, o farmacêutico pode fazer o controle dos níveis de glicemia e avaliações a fim de identificar a efetividade do tratamento, assim como otimizar a adesão. 

  1. Procedimentos para avaliação: Anamnese; Check-Up para Diabetes; Findrisc; Avaliação Antropométrica (AA).
  2. Exames de acompanhamento: Teste Rápido de Glicemia; Hemoglobina Glicada (HbA1c); Auto Teste de Glicemia Capilar.
  3. Prescrição farmacêutica de medidas não-farmacológicas: hábitos alimentares, especialmente visando recomendar o consumo controlado de produtos ricos em açúcares simples, e prática de atividades físicas regulares.
  4. Após os procedimentos, avalie e oriente seu paciente. Com o relatório dos resultados em mãos, o encaminhamento oportuno ao médico pode ser recomendado. 
  5. Não esqueça de agendar a consulta de retorno do seu paciente para acompanhamento.

Hipertensão

É importante que o farmacêutico saiba monitorar e identificar os fatores de risco do paciente hipertenso. 

  1. Primeiros passos ao receber o paciente na farmácia: verifique a pressão arterial, avalie o risco cardiovascular, não esqueça de monitorar e conter fatores de risco.
  2. Procedimentos para avaliação e acompanhamento: Anamnese; Teste Rápido Perfil Lipídico; Escore de Risco Global (ERG); Hábito Tabágico (HT); Check-up Saúde do Coração;
  3. Medidas não-farmacológicas: controle do peso corporal; recomendações nutricionais e redefinição do padrão alimentar; redução do consumo de álcool e alimentos ricos em sódio, como sal de cozinha;  controle da pressão arterial; ingestão de alimentos com gordura insaturada, fibras oleaginosas vitamina B, alho; monitoramento dos hábitos de vida, prática de atividades físicas, cessação tabágica.
  4. Após os procedimentos, avalie e oriente seu paciente. Com o relatório dos resultados em mãos, o encaminhamento oportuno ao médico pode ser recomendado. 
  5. Não esqueça de agendar a consulta de retorno do seu paciente para acompanhamento.

Asma

Serviços voltados a pacientes com asma estão entre os mais comuns prestados em farmácias de diversos países. 

  1. Em primeiro lugar, após a anamnese, verifique se o paciente que possui uma receita de medicamento inalatório sabe como utilizar corretamente o dispositivo;
  2. Procedimentos para avaliar a efetividade da medicação: medidores de  Pico de Fluxo Expiratório; Teste de Controle da Asma (TCA).
  3. Após os procedimentos, avalie e oriente seu paciente. Com o relatório dos resultados em mãos, o encaminhamento oportuno ao médico pode ser recomendado. 
  4. Não esqueça de agendar a consulta de retorno do seu paciente para acompanhamento.

Obesidade

Os serviços de rastreamento e educação em saúde para pacientes com sobrepeso e obesidade são úteis para conscientizar quanto a importância da mudança de hábitos de vida. Você também pode montar uma campanha contra a obesidade na sua farmácia.

  1. Em primeiro lugar, realize a anamnese;
  2. Ferramentas para avaliação dos pacientes: Cálculo do IMC; Avaliação Antropométrica (medidas corporais); Avaliação Antropométrica (com balança de Bioimpedância); 
  3. Relatórios com os indicadores são importantes para controle e definição de um plano de emagrecimento junto às necessidades e objetivos do paciente; 
  4. Entregue aos pacientes um material educativo com orientações não-farmacológicas para um estilo de vida mais saudável. 
  5. Após os procedimentos, avalie e oriente seu paciente. Com o relatório dos resultados em mãos, o encaminhamento oportuno ao médico, nutricionista e educador físico pode ser recomendado. 
  6. Não esqueça de agendar a consulta de retorno do seu paciente para acompanhamento.

Com o calendário posológico você pode organizar a farmacoterapia desse paciente, registrar todos os medicamentos e horários de tomada. Ao ter registrado, inclusive, quais medicamentos ele comprou na sua farmácia e a duração desse tratamento, você pode agendar o retorno do seu cliente e programar a dispensação dos medicamentos.

Entre as causas comuns de não adesão ao tratamento medicamentoso estão a descontinuidade de acesso, a falta de acompanhamento profissional e ter que usar medicamentos muitas vezes ao dia. Quando o paciente recebe o apoio que precisa, este cenário pode mudar. 

Você pode fazer a diferença na vida do paciente, farmacêutico! 

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